Heráclito
O segundo crepúsculo.
A noite que mergulha no sono.
A purificação e o esquecimento.
O primeiro crepúsculo.
A manhã que foi a aurora.
O dia que foi a manhã.
O dia numeroso que será a tarde desgastada.
O segundo crepúsculo.
Esse outro hábito do tempo, a noite.
A purificação e o esquecimento.
O primeiro crepúsculo...
A aurora sigilosa e na aurora
a inquietude do grego.
Que trama é esta
do será, do é e do foi?
Que rio é este
pelo qual flui o Ganges?
Que rio é este cuja fonte é inconcebível?
Que rio é este
que arrasta mitologias e espadas?
É inútil que durma.
Corre no sonho, no deserto, num porão.
O rio me arrebata e sou esse rio.
De matéria perecível fui feito, de misterioso tempo.
Talvez o manancial esteja em mim.
Talvez de minha sombra,
fatais e ilusórios, surjam os dias.
Luis Borges. Elogio da sombra.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Fotos no Facebook
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Na poesia de Borges, Heráclito de Éfeso.
Heráclito
O segundo crepúsculo.
A noite que mergulha no sono.
A purificação e o esquecimento.
O primeiro crepúsculo.
A manhã que foi a aurora.
O dia que foi a manhã.
O dia numeroso que será a tarde desgastada.
O segundo crepúsculo.
Esse outro hábito do tempo, a noite.
A purificação e o esquecimento.
O primeiro crepúsculo...
A aurora sigilosa e na aurora
a inquietude do grego.
Que trama é esta
do será, do é e do foi?
Que rio é este
pelo qual flui o Ganges?
Que rio é este cuja fonte é inconcebível?
Que rio é este
que arrasta mitologias e espadas?
É inútil que durma.
Corre no sonho, no deserto, num porão.
O rio me arrebata e sou esse rio.
De matéria perecível fui feito, de misterioso tempo.
Talvez o manancial esteja em mim.
Talvez de minha sombra,
fatais e ilusórios, surjam os dias.
Luis Borges. Elogio da sombra.
O segundo crepúsculo.
A noite que mergulha no sono.
A purificação e o esquecimento.
O primeiro crepúsculo.
A manhã que foi a aurora.
O dia que foi a manhã.
O dia numeroso que será a tarde desgastada.
O segundo crepúsculo.
Esse outro hábito do tempo, a noite.
A purificação e o esquecimento.
O primeiro crepúsculo...
A aurora sigilosa e na aurora
a inquietude do grego.
Que trama é esta
do será, do é e do foi?
Que rio é este
pelo qual flui o Ganges?
Que rio é este cuja fonte é inconcebível?
Que rio é este
que arrasta mitologias e espadas?
É inútil que durma.
Corre no sonho, no deserto, num porão.
O rio me arrebata e sou esse rio.
De matéria perecível fui feito, de misterioso tempo.
Talvez o manancial esteja em mim.
Talvez de minha sombra,
fatais e ilusórios, surjam os dias.
Luis Borges. Elogio da sombra.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Atividade no Facebook
Mais vistas:
-
Um jovem rabino, angustiado com o destino da sua alma, conversava com seu mestre, mais velho e mais sábio, em algum lugar do Leste ...
-
(Aquiles chora a morte de Pátroclo – fonte: http://www.flickr.com/photos/brennobastos/1039679003/) Olhem, compa...
-
Uma das belíssimas, não menos importantes que tantas outras, passagens bíblicas situada no Livro do Gênesis, revela-nos a luta do Patria...
-
Um tipo de justiça que se afirma na fruição nos leva a vislumbrar um mundo cheio de alegria de viver, onde é possível coexistir em meio aos...
-
Um curta- metragem simplesmente espetacular, com a direção de Fáuston da Silva. A história de um garoto que conhece o poder transforma...
-
Só de sacanagem Meu coração está aos pulos Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Tudo isso que está aí no ar Malas, cue...
-
A charge acima nos faz pensar sobre uma multidão de filosofias que surgem para atender a todos os gostos possíveis. Há filosofia para tu...
-
por Luiz Felipe Pondé para Folha "Eu sou um ex-covarde", escreveu Nelson Rodrigues, no "Globo", no dia 18/10/...
Nenhum comentário:
Postar um comentário