quinta-feira, 21 de julho de 2011

Qual a lógica da desordem que caracteriza o mundo contemporâneo?


 

 

 

Por Olgária Matos

Uma das figuras da desordem provocada pela anarquia do mercado e de suas contingências é o fato de ele determinar todas as esferas da vida, como aquelas ligadas aos valores éticos, políticos e estéticos, de modo que toda a vida se encontra na dependente da economia. Isto significa que os valores emanam diretamente da matéria e não mais da vida do espírito. Por isso não há como imaginar que, em meio às desregulamentações incessantes de leis e direitos, com o fim da lei universal em nome de pseudo-philias sociais que privatizam a solidariedade, seja possível escapar da pobreza do mundo afetivo -- de onde a massificação do uso de drogas e a cultura da incuriosidade, imune ao maravilhamento, que esse capitalismo invasivo do pensamento produz. Nesse mundo de “imersão na matéria", já se disse, trocou-se o risco de não morrer de fome pelo risco de morrer de tédio!

Olgária Matos é filósofa. Possui graduação em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP, 1970), mestrado em filosofia pela Université Paris I (Panthéon-Sorbonne, 1974) e doutorado em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP, 1985). Professora titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Entre suas obras, as principais são Os arcanos do inteiramente outro: a Escola de Frankfurt, a melancolia, a revolução (Brasiliense, 1984), Vestígios: escritos de filosofia e crítica social (Palas Athenas, 1998), Discretas Esperanças: reflexões filosóficas sobre o mundo contemporâneo (Nova Alexandria, 2006) e Contemporaneidades (Lazuli, 2009).

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Qual a lógica da desordem que caracteriza o mundo contemporâneo?


 

 

 

Por Olgária Matos

Uma das figuras da desordem provocada pela anarquia do mercado e de suas contingências é o fato de ele determinar todas as esferas da vida, como aquelas ligadas aos valores éticos, políticos e estéticos, de modo que toda a vida se encontra na dependente da economia. Isto significa que os valores emanam diretamente da matéria e não mais da vida do espírito. Por isso não há como imaginar que, em meio às desregulamentações incessantes de leis e direitos, com o fim da lei universal em nome de pseudo-philias sociais que privatizam a solidariedade, seja possível escapar da pobreza do mundo afetivo -- de onde a massificação do uso de drogas e a cultura da incuriosidade, imune ao maravilhamento, que esse capitalismo invasivo do pensamento produz. Nesse mundo de “imersão na matéria", já se disse, trocou-se o risco de não morrer de fome pelo risco de morrer de tédio!

Olgária Matos é filósofa. Possui graduação em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP, 1970), mestrado em filosofia pela Université Paris I (Panthéon-Sorbonne, 1974) e doutorado em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP, 1985). Professora titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Entre suas obras, as principais são Os arcanos do inteiramente outro: a Escola de Frankfurt, a melancolia, a revolução (Brasiliense, 1984), Vestígios: escritos de filosofia e crítica social (Palas Athenas, 1998), Discretas Esperanças: reflexões filosóficas sobre o mundo contemporâneo (Nova Alexandria, 2006) e Contemporaneidades (Lazuli, 2009).

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